
Imagem: Tino Ansaloni
Rapaz de 20 anos deu entrada na UPA de Ouro Preto com suspeita de intoxicação provocada pela água
No último domingo (5), um rapaz de 20 anos deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ouro Preto com dores abdominais, fadiga, náuseas, dores no corpo e sensibilidade na pele. Segundo a mãe do jovem, Ruth Santos, o filho sentiu fortes cólicas e reclamava de gases na sexta-feira, começando a ter diarréia e náuseas no sábado e dores de cabeça e no corpo no domingo. Com esses sintomas, a família suspeitou de dengue e levou o rapaz ao hospital. Na UPA, de acordo com Ruth, a médica pontuou que as causas dos sintomas poderiam ser intoxicação alimentar ou a água da cidade, que já teria causado vários problemas aos moradores e que duas pessoas tinham sido atendidas com os mesmos indícios. Recentemente, a Vigilância Sanitária de Outro Preto instaurou um processo contra a Saneouro, empresa que administra o serviço de distribuição de água e tratamento de esgoto no município. A ação foi motivada após o órgão detectar mudanças no padrão de turbidez, cloro e coliformes totais. Além disso, um estudo realizado pelo professor do Departamento de Engenharia Civil da UFV, Rafael Kopschitz, também encontrou falhas no cumprimento das exigências de amostragem da qualidade da água de Ouro Preto. A Saneouro rebateu o levantamento do professor alegando que as informações são inverídicas e inconsistentes, além de enviesadas por se tratar do coordenador do Observatório Nacional do Direito à Água e Saneamento, ONG ativista contrária à participação de empresas privadas na prestação de serviços públicos. Sobre a possibilidade de existência de doenças pela contaminação da água, a Saneouro relatou que segue monitorando sua qualidade de acordo com o plano de análise da empresa, ressaltando que ainda não há evidências de dados fora dos parâmetros estabelecidos pela Portaria do Ministério da Saúde Nº 888, que define os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade hídrica.