Imagem: Corpo de Bombeiros MG

8 anos após o desastre de Mariana: Comunidades atingidas lutam por justiça e reconstrução

No último domingo, 5 de novembro, Mariana relembrou um dos piores desastres ambientais da história do Brasil: o rompimento da Barragem de Fundão. Há oito anos, uma avalanche de lama e rejeitos de minério invadiu a bacia do Rio Doce, devastando comunidades inteiras, incluindo a Primaz de Minas. 


No início deste mês, durante uma coletiva de imprensa, a Comissão de Atingidos pela Barragem de Fundão (CABF), apoiada pela Assessoria Técnica Independente (ATI) Cáritas, discutiu  as dificuldades ainda enfrentadas pelas vítimas da tragédia. 


Os atingidos expressaram que os novos assentamentos de Novo Bento e Paracatu que serão entregues em breve às famílias pela empresa Renova alteraram completamente a cultura e o modo de vida das vítimas, visto que as novas moradias são em áreas urbanas e as casas atingidas eram na área rural, sendo um cenário de vida completamente diferente do que os moradores estavam acostumados.


Além disso, foram cobradas medidas pelo poder público sobre o caso e uma ação mais efetiva por parte da justiça em relação ao trabalho das mineradoras na região.


O Prefeito de Mariana, Celso Cota (MDB), publicou um vídeo ontem nas redes sociais no qual relembrou a tragédia com pesar:


“Quando Mariana deixou de ser manchete nos jornais, e todos os holofotes foram desligados vieram as consequências mais graves. 19 famílias viveram o luto, outras centenas tiveram que construir uma nova história, nova história longe de suas casas, das suas rotinas e da sua origem. O que as pessoas conheciam como lar foi submerso por lama e passou a ser uma ameaça à vida”.


O Chefe do Executivo Municipal também enfatizou a importância da reparação aos atingidos pela barragem:


 “Porque minha gente já é tempo de reconstruírmos a Mariana que queremos, é tempo de cobrar, é tempo de planejar, é tempo de pactuar, é tempo de entregar e de receber, mas é também tempo de reparar”.


O trágico evento deixou uma marca eterna e irreparável na vida daqueles que testemunharam a tragédia. Muitos atingidos buscaram justiça na Inglaterra devido à descrença na justiça brasileira, afirmando que o sistema de justiça brasileiro falhou em responsabilizar as mineradoras. As cidades afetadas continuam lutando para se recuperar, tentando restaurar modos de vida e tradições perdidas junto com os rejeitos que se espalharam até o mar aberto.



Acesse o áudio 



Por: Michelle Schiavoni 

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