Servidores denunciam perda de atribuições no combate a incêndios após mudança em decreto
Imagens: Guilherme Bergamini/ALMG
Durante audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Wallace Alves, presidente do Sindicato dos Servidores Estaduais do Meio Ambiente e da Arsae (Sindsema), afirmou que o decreto 48.767/2024 foi motivado por decisões políticas, sem a devida consulta técnica. Ele ressaltou que, embora os Bombeiros tenham papel crucial em situações de emergência, o sistema ambiental possui maior expertise para lidar com incêndios florestais.
Cristiano Tanure, vice-presidente do Sindsema, questionou a legalidade do decreto e denunciou a falta de comunicação entre o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e o Corpo de Bombeiros, o que compromete o combate aos incêndios.
Brigadistas voluntários e ambientalistas de áreas afetadas relataram dificuldades de acesso ao Corpo de Bombeiros e falhas na resposta a incêndios recentes. Moradores de Carrancas e Moeda, no Sul de Minas e Região Central, respectivamente, contaram que, sem o apoio dos Bombeiros, a atuação voluntária foi decisiva para conter os incêndios.
O diretor-geral do IEF, Breno Lasmar, defendeu o novo decreto, argumentando que ele aprimora a articulação entre as instituições envolvidas no combate aos incêndios. O Corpo de Bombeiros também reforçou seu compromisso, destacando a criação de novas bases operacionais.
A deputada Beatriz Cerqueira (PT), que solicitou a audiência, propôs a suspensão do decreto, alegando que os servidores do meio ambiente não estão sendo ouvidos nas discussões sobre políticas públicas.
Por, Cecília Araujo