Incêndio em mata em Ouro Preto obriga moradores a deixarem suas casas
Um incêndio em uma área de mata no bairro Nossa Senhora do Carmo, em Ouro Preto, forçou moradores da região a deixare...
Imagem: Portal G1/Globo
BR-356: Proposta de privatização da rodovia causa insatisfação com o alto preço dos pedágios
Na última segunda-feira (29), foi realizada uma audiência pública na Câmara Municipal de Ponte Nova para discutir sobre a privatização de um trecho da BR-356. Conhecido como lote rodoviário Ouro Preto, o percurso também compreende a MG-262 e a MG-329, totalizando mais de 190 km de extensão. A sessão foi organizada pela Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e teve presença de deputados estaduais, prefeitos e populares. A pauta da reunião foi baseada em obras de melhoria do trecho, localização e as tarifas de pedágio e o prazo para a entrega das obras, caso a privatização seja concretizada. O lote Ouro Preto inclui 11 municípios ao longo da rodovia: Nova Lima, Rio Acima, Itabirito, Ouro Preto, Mariana, Acaiaca, Barra Longa, Ponte Nova, Urucânia, Piedade de Ponte Nova e Rio Casca. O projeto prevê a instalação de 4 praças de pedágio ao longo do trajeto, sendo a de Nova Lima a mais cara, com previsão de R$ 14,51 e custo total de Belo Horizonte à Rio Casca de R$ 44,04. Os valores constam no Programa de Concessões Rodoviárias do Governo do Estado de Minas. O valor arrecadado seria revertido para obras de recuperação da via, duplicação de 67 km da BR-356, introdução de 41 km de faixas adicionais, construção de 66 km de acostamento e um contorno no distrito de Cachoeira do Campo, que hoje tem seu território atravessado pela rodovia. O valor estimado para as obras é de R$ 1,9 bilhões. Membros dos poderes executivos dos municípios que o trecho abrange, pretendem estudar melhor a proposta, pois as obras de privatização podem impactar negativamente a circulação nas cidades e prejudicar a economia. Em nota, o prefeito de Itabirito, Orlando Caldeira, destacou que é melhor analisar a proposta antes de um parecer dos municípios, pois a cobrança dos pedágios podem iniciar nos primeiros 3 meses das obras, mas sem ganhos concretos para os condutores e as cidades. “Não podemos permitir cobrança de taxa sem obras de melhorias. Se considerarmos um fluxo de 10 mil veículos passando pela praça de pedágio de Nova Lima, seria arrecadado ali cerca de R$ 3 bilhões em 30 anos. Levando em consideração essa perspectiva, iríamos pagar adiantado por obras, sem nenhum benefício real, como a duplicação do trecho, por exemplo”. Assim como o prefeito, deputados estaduais também criticaram a proposta. Para Marquinho Lemos (PT), presidente da Comissão de Participação Popular, o prazo para conclusão das obras é muito longo para a cobrança das tarifas já começarem no terceiro mês do início das atividades. Segundo o deputado Leleco Pimentel (PT), o trecho tem prioridade por interessar as mineradoras, e por isso a expectativa é que o edital seja publicado em breve mesmo com os contrapontos. O deputado federal Padre João também questionou as cobranças, reivindicando que só poderia haver taxação após parte das obras serem executadas. Além disso, o deputado cobrou intervenção do Ministério Público de Minas Gerais, que para ele, tem se omitido diante a proposta.
Por: Lênio Monsores
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