Servidores denunciam perda de atribuições no combate a incêndios após mudança em decreto
Imagens: Guilherme Bergamini/ALMGDurante audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Susten...
Samarco Mineração
Samarco realizou Audiência Pública para apresentar o novo projeto Longo Prazo
Na noite da última terça-feira, dia 28, a Samarco realizou uma Audiência Pública para apresentar o novo projeto Longo Prazo e o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) que ele pode causar. O Projeto prevê a construção de novas áreas de lavra e ampliação do atual Sistema de Disposição de Estéril e Rejeitos da cava Alegria Sul, no Complexo da Barragem de Germano, situada no norte dos municípios de Ouro Preto e Mariana. A construção visa retomar a capacidade produtiva em 100% até o ano de 2028. A Audiência foi intermediada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), presidida pelo advogado e servidor público especialista em direito público e em processos e regularizações ambientais Yuri Trovão. Teve a presença também do gerente-geral de projetos da Samarco, Eduardo Moreira, e do coordenador técnico da empresa de consultoria ambiental Brandt, Alceu Raposo. Após a apresentação do EIA, feita por Alceu Raposo durante 34 minutos, foi aberto espaço de fala para os solicitantes presentes na plateia. Entre eles, os representantes de associações comerciais e empresariais de Mariana e Ouro Preto frisaram a importância da atividade mineradora para o desenvolvimento financeiro da região, mesmo pontuando que há a necessidade de diversificação econômica nas cidades para não serem reféns das mineradoras. Contudo, o evento ficou marcado com o debate entre os moradores dos distritos de Santa Rita Durão, Camargos e Bento Rodrigues com a comissão das empresas Samarco e Brandt. Os atingidos pela tragédia do rompimento da Barragem do Fundão mostraram indignação com as atuações da Samarco e a falta de ações de reparações efetivas nas comunidades, pedindo respostas esclarecedoras por essas falhas. Mas, em seu momento de resposta, o comitê não concebeu explicações plausíveis, gerando ainda mais revolta pelos presentes. Além disso, questões sociais foram levantadas, o que aparentemente a mineradora não tinha conhecimento ou fecha os olhos para esses problemas. Crescimento populacional descontrolado, disseminação de doenças venéreas, perda monetária de trabalhadores locais e até casos de estupros foram relatados pelos moradores. Outros temas relacionados foram o crescimento do aluguel no centro de Mariana, influenciado pela grande demanda de casas para funcionários das empresas e a falta de oportunidade de emprego para a população local. Aparentemente, os danos causados pela atividade minerária na região estão longe de serem resolvidos e não são a prioridade da Samarco. O distrito de Paracatu de Baixo, por exemplo, não está totalmente apto para a volta de seus moradores mesmo após 7 anos da tragédia que devastou o distrito e, enquanto isso, a empresa já tem um novo projeto para expansão de suas atividades. A preocupação da população é até onde a questão financeira é maior que os problemas que possam se repetir no futuro. O Projeto Longo Prazo é bem elaborado no papel, mas as propostas anteriores também eram, como a Barragem do Fundão.
Por: Lênio Monsores
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