Cacique Arapowanã Xucuru Kariri/Arquivo pessoal
Movimento Unificado Contra o Marco Temporal realizou ontem mais um protesto contra o projeto de lei
Aconteceu ontem (18), mais um protesto contra a aprovação do projeto de lei conhecido como Marco Temporal. A mobilização teve sua concentração na Praça da Liberdade e a passeata foi até a Praça Sete, na capital Belo Horizonte. O texto que está tramitando na Câmara dos Deputados e no Supremo Tribunal Federal requer que os povos originários só tenham direito às terras que estavam ocupando ou disputando judicialmente no dia da promulgação da Constituição Federal de 1988. Caso seja aprovada, a tese possibilitará que indígenas sejam expulsos de terras que não consigam provar que estavam habitando antes de 1988, assim como proibiria a volta de povos que foram expulsos ou forçados a sair de seus locais de origem. O protesto, que foi convocado pelo Movimento Unificado Contra o Marco Temporal, teve o intuito de mostrar a mobilização dos indígenas e chamar a atenção de toda a população para essa questão. Não foi o primeiro ato que aconteceu com esse objetivo nas Minas Gerais. No último dia 7, dia que foi retomado o julgamento pelo STF, indígenas fecharam a rodovia Fernão Dias na cidade de São João de Bicas, região metropolitana de BH, também em protesto contra o marco temporal. O Cacique Arapowanã Xucuru Kariri, que participou do protesto de ontem, destacou que a luta não é só dos povos indígenas, mas do povo brasileiro como um todo, por se tratar de um retrocesso em nossa história. Ele afirmou também que não descarta ondas de protestos com fechamento de rodovias, caso seja preciso. O Marco Temporal não cria terra indígena, ele busca na verdade, um argumento para justificar o desmatamento, tanto da fauna quanto da flora, além da destruição da vida humana. O território brasileiro já era terra indígena, mesmo antes de se chamar Brasil! Não podemos permitir tamanho retrocesso. Por: Lênio Monsores