Imagem: Christophe Simon/AFP
Tragédia de Mariana: Atingidos pedem 18 bilhões em indenizações às mineradoras em nova ação na justiça holandesa
Os atingidos pelo trágico rompimento da barragem de Fundão em Mariana, ocorrido em 2015, estão buscando justiça na Holanda, movendo uma ação contra as mineradoras Vale e Samarco. O processo, que solicita mais de 18 bilhões em indenizações, é representado por escritórios de advocacia que atendem mais de 77 mil pessoas afetadas, sete cidades brasileiras em três estados diferentes (Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo), vinte instituições religiosas e cerca de mil empresas e associações.
Esta ação foi direcionada à subsidiária holandesa da Samarco (Samarco Iron Ore Europe BV) e à Vale. A Justiça também ordenou o congelamento de ativos da subsidiária holandesa da Vale (Vale Holdings BV) como garantia para possíveis pagamentos de indenizações futuras.
Em entrevista para o portal G1 da Globo, os advogados dos afetados argumentam que as mineradoras operam e obtêm lucros através de suas subsidiárias na Holanda, as quais desempenharam um papel significativo na extração global de lucros da mina da Samarco. Eles alegam que as compensações oferecidas no Brasil são insuficientes e que as empresas têm agido para atrasar a justiça.
Em resposta, a Samarco declarou que ainda não foi notificada da ação, reiterando seu compromisso com a reparação integral dos danos causados pelo desastre. Destacou que até o último dia 29 de fevereiro, mais de R$ 36,51 bilhões foram destinados às ações de reparação, incluindo R$ 16,82 bilhões em indenizações e auxílios financeiros a 441,7 mil pessoas. A Vale, por sua vez, como acionista da Samarco, reafirmou seu compromisso em apoiar a reparação integral dos danos e destacou os valores investidos em ações de reparação.
Repórter: Michelle Schiavoni